quarta-feira, 24 de outubro de 2012

FILME: MEU NOME É RÁDIO


 
       Anderson, Carolina do Sul, 1976, na escola secundária T. L. Hanna. Harold Jones (Ed Harris) é o treinador local de futebol americano, que fica tão envolvido em preparar o time que raramente passa algum tempo com sua filha, Mary Helen (Sarah Drew), ou sua esposa, Linda (Debra Winger). Jones conhece um jovem "lento", James Robert Kennedy (Cuba Gooding Jr.), mas Jones nem ninguém sabia o nome dele, pois ele não falava e só perambulava em volta do campo de treinamento. Jones se preocupa com o jovem quando alguns dos jogadores da equipe fazem uma "brincadeira" de péssimo gosto, que deixou James apavorado. Tentando compensar o que tinham feito com o jovem, Jones o coloca sob sua proteção, além de lhe dar uma ocupação. Como ainda não sabia o nome dele e pelo fato dele gostar de rádios, passou a se chamá-lo de Radio. Mas ninguém sabia que, pelo menos em parte, a razão da preocupação de Jones é que tentava não repetir uma omissão que cometera, quando era um garoto.


INCLUSÃO: ANÁLISE CRÍTICA

A inclusão tem sido tema de amplas e significativas discussões nos diversos setores da sociedade, em especial no meio educativo. Depois de tanto tempo de silêncio e falta de sensibilidade para com as diferenças, temos presenciado e participado de um grito de basta por parte principalmente de intelectuais da educação comprometidos com uma sociedade mais humana. Hoje o maior desafio da educação é humanizar o homem culturalmente, humanizar este homem desumanizado pelo capitalismo selvagem, o qual prega e estimula sobre tudo o consumismo, a posse, tornando-se incapaz de ver o outro como diferente, no entanto humano, e nesse sentido igual, detentor dos mesmos direitos. O filme nos mostra o poder da atitude humanizada. O técnico Jhones não demonstrou apenas respeito à diferença. É importante destacar que o senhor Jhones presenciou em sua juventude a situação de uma criança deficiente que ficava presa em uma jaula. Relatou em conversa com sua filha que se sentiu frustrado por não ter feito nada naquela época por aquele ser humano que era tratado como bicho na gaiola.

Parece-nos claro que apenas o amor cabe como resposta às perguntas acima, pois, nos faz olhar o mundo através de lentes especiais. O amor ao próximo é a inclusão. Quem ama de verdade quer sempre proteger, apoiar o próximo em suas conquistas, está sempre disposto a se doar. E por falar em amor, o filme retrata a solidariedade de Kened. Que lição a doação dos presentes! É um confronto à sociedade consumista, onde a cada dia milhares de pessoas ditas normais acumulam riquezas incontáveis à custa da força do trabalho alheio, esquecendo do sentido da vida, o amor. O amor dispensado pelo senhor Jhones contagiou a todos, ele foi capaz de humanizar os demais que concordaram em tornar o jovem Kened aluno matriculado na escola e isso com demonstração de respeito e aceitação de fato. A inclusão é fruto do olhar solidário, do olhar que vai além, que vê as camadas populares menos favorecidas, que vê o deficiente físico e/ou mental, o afro descendente, o índio, o branco, etc., como dignos de usufruírem dos recursos produzidos pela sociedade, tais como educação, saúde, lazer...

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